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04 agosto 2009

Escrevo por vício

O nada, o absoluto vazio.
Pode correr por minha caneta
Um rio de tinta, vermelha, azul ou preta.
E as palavras me fogem.

Milhões de palavras soltas;
Verbos, advérbio, pronomes,
Substantivos, adjetivos
E alguns nomes largados em vão
Sem a necessária conexão.

Assunto em falta
Vazia a pauta
Vazia a alma
Olhar perdido.
Olhar de solidão

Escrevo por vício.
Já neste ponto
Nem recordo o início
O fim é o mesmo.
Nada, o absoluto vazio

Alma de poeta
Poeta em solidão
De janeiro a janeiro
Sem amor, sem paixão
Morrendo de solidão.



Roque Assunção da Cruz (Roque Tarugo)
Poeta, autor do livro FLORES NÃO MORTAS

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