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10 setembro 2009

Um pouco da história do bairro Engenho Velho da Federação

Engenho Velho da Federação antes de sua fundação era uma mata fechada. Pertencente a uma grande fazenda, antigo engenho de cana-de-açúcar. Foi local de abrigo de negros escravizados, que sairão fugidos de outra fazenda, Engenho Pedra da Pituba.

Por ser ponto geográfico estratégico, o bairro serviu como banco onde era guardado todo o dinheiro dentro de um pote (bogum), sendo enterrados nas terras do bairro. Dinheiro esse, conseguido pelos negros escravos que sonhavam com a liberdade. Por esse motivo, o bairro foi cenário de refugio de negros escravos, que no local organizaram a revolta do malês. Hoje o seu famoso largo, no final de linha do Engenho Velho, leva o nome de Bogum.
No Engenho Velho, foram fundados os primeiros terreiros de candomblé de Salvador, por isso hoje é local de pesquisa e estudo dos grandes historiadores.

Bairro populoso, sendo a maior parte de habitantes afros descendentes. Em homenagem, as suas ruas levam os nomes santos, de personalidades históricas da cidade e de moradores ilustres do próprio da própria comunidade. Essas mesmas ruas também recebem outros nomes pitorescos!
O nome da rua principal é em homenagem ao jogador de futebol nascido e criado no bairro Apolinário Santana (O lendário Popó).
Personalidades históricas como: São Sebastião (ladeira do Scórpio), Rua Xisto Bahia (nascido em salvador em 1841, Xisto de Paula Bahia, era ator, escritor de peças teatrais, compositor e cantor autodidata. A 1° musica gravada no Brasil foi de sua autoria "Isto é Bom")
Rua Manoel Bonfim (Um dos 1° moradores do bairro, fundador do terreiro da casa branca, e que ajudou na construção da Av. Vasco da Gama).

Para a construção da igreja Católica (Paróquia de Santa Cruz), o terreno foi cedido por um terreiro de candomblé, permanecendo vizinhos até os dias atuais. Dando um exemplo a toda sociedade de Tolerância religiosa.

Berço de grandes talentos, no Engenho Velho da Federação, nasceram e cresceram, sendo palco, onde estreou grandes artistas que hoje são conhecidos em todo o Brasil e até em outros países. Como Tatau ex-vocalista da banda Araketu, Mário Ornellas fundador do grupo Terra Samba, o ex-cantor do Olodum Lazaro hoje cantor gospel, entre outros artistas que ainda são moradores do bairro; Luisinho do Jeje, Nem Cardoso, Tedy Santana, todos integrantes da banda Kissukilas que foi fundada no próprio bairro que começaram suas carreiras de músicos em outras bandas conhecidas de Salvador. Não deixando de reverenciar Mestre Nelito, fundador do grupo samba chula Os Vendavais.

Mestre Nelito, Tatau, Mário Ornellas, Lazaro e Nem Cardoso.



Belas mulheres também foram exportadas para o mundo do bairro do Engenho Velho da Federação. A professora de Dança Afro Lucila, hoje dona de uma companhia de dança na Alemanha e suas irmãs gêmeas Luciana e Luciene, ambas também divulgam com a dança o suingue baiano no exterior. Não esquecendo que do bairro já saiu até a Rainha de Carnaval de Salvador e a Top Model Rojane Fradique de grande sucesso no Brasil.

Aos seus arredores, estão localizados a maior parte das emissoras de rádios e TV. A área da Federação por ser um dos pontos mais alto de salvador, atraiu a instalação das antenas de TV e radio.
Também está nas suas proximidades, às maiores universidade da cidade e também o único seminário.

O Engenho Velho, por ser um bairro com o número maior em quantidade de casas de candomblé, no total de 19 terreiros e também por ser um dos locais que apresenta um grande percentual de população negra na cidade de Salvador, passou a ser reconhecido como comunidade de resistência negra. Este conceito é chamado quilombos urbanos.

Esse é o bairro do Engenho Velho da Federação! Único bairro que possui um monumento público em homenagem a uma mulher negra em Salvador, em memória a mãe-de-santo Maria Valentina, a Doné Runhó do Terreiro do Bogum. O busto fica na praça no final de linha do bairro, recebendo o nome de Praça Mãe Runhó.



Busto em homenagem a Mãe Runhó




Fabiana Cruz compositora e poetisa Salvador-Ba.

3 comentários:

  1. Legal, fabiana, grande iniciativa a sua. Nosso imenso país precisa de artistas como você, que amarra as mãos deste povo em um prolongamento só. Seu blog tem sido lido e recomendado e eu mesmo fico feliz que tenha citado o meu site nesta sua caminhada. Valeu, você é dez.

    sidiney breguêdo www.breguedo.com.br

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  2. Boa tarde fabiana, quais as fontes que você utilizou para realização de tal contextualização? O nome da fazenda não bate com os documentos que possuo em relação aos próprios proprietários que são a família Vianna e a Hermógenes Príncipe, aguardo a sua colocação.

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  3. Boa tarde fabiana, quais as fontes que você utilizou para realização de tal contextualização? O nome da fazenda não bate com os documentos que possuo em relação aos próprios proprietários que são a família Vianna e a Hermógenes Príncipe, aguardo a sua colocação.

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obrigado pelo comentário